lunes, 18 de noviembre de 2019

CAMINHO - CAMINO. Poema de MARIA DO SAMEIRO BARROSO (Portugal)




CAMINHO


Não, não somos criadores; ou somos mais do que repetidos transeuntes
da beleza, da arte e do prazer!
Juan Ramón Jiménez
És um caminho, o meu caminho,
desejo de ler o mundo no teu corpo
de astros, papoilas, rosas
e névoas sucessivas.
És um caminho que adivinho
entre a chuva,
as marcassites brilhantes
e as vestes claras dos anjos.
És um caminho, uma folha,
um rosto, uma palavra.
Não sei de que falas
quando me dizes que os teus olhos
não são espelhos, nem estrelas,
nem raizes,
apenas uma vocal húmida, negra.
És a noite.
E os teus olhos são gerânios que giram,
trituram as rosas da angústia
e do medo
nas margens verdes dos meus dias.


CAMINO


¡No, no somos creadores; o somos más que repetidos transeúntes
de la belleza, del arte y del placer!
Juan Ramón Jiménez
Eres un camino, mi camino,
ganas de leer el mundo en tu cuerpo
de astros, amapolas, rosas
y nieblas sucesivas.
Eres un camino que adivino
entre la lluvia,
las marcasitas brillantes
y la ropa clara de los ángeles.
Eres un camino, una hoja,
un rostro, una palabra.
No sé de lo que hablas
cuando me dices que tus ojos
no son espejos, ni estrellas,
ni raíces,
sólo una vocal húmeda, negra.
Eres la noche.
Y tus ojos son geranios que giran,
trituran las rosas de la angustia
y del miedo
en las olas verdes de mis días.



No hay comentarios:

Publicar un comentario